A grande oferta de inovações tecnológicas estimula o cidadão moderno a se desfazer, constantemente de seus equipamentos eletrônicos. No entanto, o que é feito com estes produtos considerados obsoletos, mas que são nocivos ao meio ambiente?
Segundo a pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Djane Cruz, esse lixo tecnológico, muitas vezes, é descartado em depósitos comuns de lixo, trazendo malefícios, inclusive, ao ser humano, devido à exposição a produtos tóxicos.
“As pessoas não têm consciência dos problemas que podem ser causados pelas substâncias presentes nestes equipamentos quando eles foram jogados em locais inadequados, nem como podem reaproveitá-los”, explica.
Para Djane, falta divulgação sobre o lixo tecnológico (chamado e-lixo). “Um computador de um quilo, por exemplo, gera cerca de três quilos de lixo que causam mais prejuízos do que os resíduos orgânicos”, diz.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Marcelo Guedes, afirma que isso acontece porque ainda não existe uma legislação a respeito da destinação deste tipo de lixo no Estado. “Iniciamos a construção de uma proposta de projeto lei estadual que normatize o descarte desse material, mas ainda está em fase de estudo”, explica.
Compartilhando da mesma idéia, mas em âmbito municipal, a vereadora Andréa Mendonça criou o Projeto Lei n° 05/2010. O projeto, no entanto, aguarda aprovação na Câmara dos Vereadores “Além de preservar a natureza, o descarte correto gera boa fonte de renda”, diz.
Na Bahia, existe apenas um Centro de Recondicionamento de Computadores que integra o Projeto Computadores para a Inclusão do Ministério do Planejamento, administrado, no Estado, pela Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
O superintendente de desenvolvimento cientifico e tecnológico da Secti, Assis Pinheiro, explica que, além de benefícios para o meio ambiente, o reaproveitamento também é uma ação social. “Fazemos a capacitação dos jovens que aprendem a trabalhar com a área de informática”, ressalta.
Para fazer doação, é preciso entrar em contato com o centro pelo 3379-7326. Após o contato, funcionários vão à casa do solicitante recolher o material. Após o recondicionamento, as máquinas são doadas às entidades cadastradas no site http://www.computadoresparainclusao.gov.br/.
Fonte: Amanda Palma, Jornal A Tarde, 12 de setembro de 2010.